sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Encontrados objetos ritualísticos do Segundo Templo

PÁ RITUALÍSTICA DO TEMPLO DE ISRAEL
 Migdal (TPS) – A Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) anunciou no início de abril que uma antiga pá e um jarro ritualístico ligados aos rituais do Segundo Templo foram descobertos no sítio arqueológico de Magdala – uma importante cidade judaica que data do período da Antiguidade Romana.

Durante o projeto vigente de escavações, um grupo de voluntários chilenos descobriu uma pá de bronze ornamentada e um jarro de bronze, aparentemente usados para armazenar incenso ou carvão em rituais religiosos.

“A pá incensária descoberta é uma de dez outras existentes no país que remontam à época do Segundo Templo. Pesquisas preliminares sugerem que elas eram usadas apenas para fins rituais, para as brasas e incenso que eram queimados em cerimônias rituais”, disse Dina Avshalom-Gorni, arqueologista-chefe da IAA, para o serviço de imprensa Tazpit.

Conforme Avshalom-Gorni, as pás incensárias são conhecidas mundialmente como instrumentais ritualísticos de várias religiões antigas e seu uso igualmente permeou o Judaísmo. O livro do Êxodo, de fato, assevera: “Deveis fazer o altar… deveis fazer jarros que hão de receber as cinzas e pás e caçarolas e garfos e braseiras; todos estes utensílios deveis fazer de bronze”, citação esta que liga esses artefatos a rituais do Templo judaico, ao menos simbolicamente.

“Sabemos que essas são certamente ferramentas sagradas, talvez pertencentes à sinagoga descoberta neste local, uma sinagoga particularmente grande, rica e importante na região”, explicou Avshalom-Gorni à Tazpit. “É um achado raro e excitante”.

O sítio arqueológico situa-se nas cercanias de Migdal, na costa ocidental do Mar da Galileia. Migdal ou Magdala, como era conhecida na língua latina, era uma grande cidade judaica de pesca e comércio na época do baixo Império Romano. É mencionada em fontes judaicas e, à época da destruição do Segundo Templo, foi usada como base militar principal para o antigo general e historiador judeu, Flavius Josephus.

Outra famosa moradora da cidade, conforme a tradição cristã, foi a prostituta penitente Maria Madalena – chamada assim conforme sua cidade natal, Migdal.

Em anos recentes, a IAA vem realizando extensas escavações no local, supervisionadas pelos arqueologistas Dina Avshalom-Gorni e Arfan Najar, em parceria com a Dra. Marcela Zapata-Meza, da Universidade Anáhuac do México, e com a ajuda de voluntários do México, Chile, Espanha e Itália.

“É um lugar impressionante e aberto ao público. De fato, o terreno pertence a um empreiteiro privado ligado à Igreja Católica, que planejava construir um hotel para peregrinos naquele local”, explicou Avshalom-Gorni.

Conforme a lei israelense, antes de aprovar a construção de qualquer projeto arquitetônico no país, peritos da IAA abrem um projeto de exploração no local, com o fim de evitar danos a sítios arqueológicos.

“Começamos as escavações em 2009 e pouco a pouco ficou claro para nós e para a igreja católica, que havíamos descoberto um grande sítio arqueológico datado da época do ministério de Jesus, na Galileia, e da casa de Maria Madalena”, acrescentou.

O proprietário então, decidiu converter o local em um museu a céu aberto ao longo dos sítios de escavação, os quais vêm produzindo entusiasmantes achados arqueológicos.


Fonte: TPS / Texto: Michael Zeff / Tradução: Reginaldo Ramos / Fotos: Cortesia

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